A Sociedade Europeia de Hipertensão editou este ano as Normas de Orientação Clínica da Medição da Tensão Arterial (TA) no domicílio. Tal é a importância clínica deste acto.
A medição da TA quando se vai ao médico tem importantes limitações:
1) Uma única medição não traduz a realidade da TA que o doente tem durante o dia. Essa medição fica circunscrita aquele momento, não traduzindo, de modo algum, o que se passa no dia-a-dia nem tão pouco durante a noite;
2) Não exclui a existência de hipertensão arterial da "bata branca" nem a hipertensão arterial "mascarada".
A medição da TA no consultório é complementar da medição regular que o doente faz nos outros dias.
Para avaliar o risco cardiovascular, é mais credível a TA medida no dia-a-dia que a medida no consultório. A TA sistólica (a máxima) tem maior correlação com a mortalidade cardiovascular (AVC, enfarte do miocárdio) que a TA diastólica (mínima).
Medir a TA regularmente no domicílio tem diversas vantagens:
1) a medição regular de dias, semanas ou meses permite ter uma ideia mais real do que costuma ser a TA de uma pessoa.
2) a medição regular da TA em alturas diferentes do dia permite avaliar o efeito da medicação prescrita.
3) é relativamente barata e de bom prognóstico em termos de futuras potenciais complicações.
4) envolve o doente no seu tratamento e controlo.
5) melhora a aderência do doente à medicação (e evita que suspenda a terapêutica porque a TA está controlada).
Pequenas descidas da TA traduzem-se em muito menores probabilidades de ter complicações. Por exemplo, na medição da TA no domicílio, uma descida de 2 mm Hg na TA máxima equivale a menos 20% de incidência de AVC.
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